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Incontinência Urinária Feminina

 

É a perda involuntária de urina pela uretra, fora da micção normal. Esta perda pode ser precedida de um esforço (tosse, espirro, risada, exercícios), de uma vontade urgente de urinar ou ambos.

A incontinência urinária tem grande impacto na qualidade de vida podendo interferir de forma importante em seu bem estar, sendo um problema de saúde pública em todo mundo.

A prevalência geral varia entre 14% e 34% da população feminina adulta.

Entre pessoas com idade superior a 60 anos, acredita-se que 30% a 60% tenham incontinência.

Entre os idosos que vivem em instituições (asilos ou casas de repouso), aproximadamente 50% apresentam incontinência urinária.

 

 

As mulheres são mais acometidas devido algumas características:

 

  • Desvantagens anatômicas: uretra mais curta
  • Gestações e partos (aumenta risco de perdas urinárias)
  • Obesidade
  • Falta de atividade física
  • Constipação intestinal
  • Queda do hormônio feminino (estrogêno) após a menopausa que ocasiona atrofia da musculatura pélvica.
  • Cirurgias ginecológicas
  • Infecções urinárias e vaginais
  • Efeitos colaterais dos medicamentos (diuréticos, antidepressivos)

 

A deficiência hormonal pós menopausa proporciona a atrofia dos músculos do assoalho pélvico, responsáveis pelo controle do esfíncter uretral, que funciona como uma válvula que proporciona a continência urinária.

Também tem um papel importante nos idosos as alterações neurológicas e doenças crônicas como: diabetes, doença de Parkinson, derrame cerebral (AVC), demência senil etc.

 

 


 

 

Tipos de Incontinência Urinária

 

  • Incontinência urinária transitória: ocorre em situações especiais, nas quais a associação de fatores que contribui para perda urinária, exemplos: infecções urinárias, cálculos vesicais (bexiga), tumores de bexiga etc. Em geral o sintoma desaparece com a resolução desses fatores.

 

 

  • Incontinência urinária de esforço: é a causa mais comum. Ocorre devido a perda da sustentação (suporte) adequada da uretra quando do esforço abdominal, por enfraquecimento das estruturas pélvicas e perineal (músculo do assoalho pélvico). Pode estar associado a prolapso de bexiga (bexiga caída), útero ou intestino. É mais frequente em mulheres que tiveram partos vaginais. Comumente os esforços abdominais durante: tosse, espiro, sorrir, carregar peso etc, desencadeiam perda urinária.

 

 

  • Incontinência por urgência miccional (urge-incontinência): A perda ocorre devido o aparecimento de contração involuntária da bexiga (que não pode ser evitado voluntariamente). Proporciona vontade imediata e forte de urinar em intervalo cada vez menores (aumento da frequência miccional).

A bexiga pode ser chamado de “bexiga hiperativa”
Nestes casos não existe doença neurológica evidente.

 

 

 

  • Incontinência por insuficiência esfincteriana (intrínseca): Neste tipo de incontinência, não existe atividade muscular na uretra capaz de promover sua oclusão adequada e isso independe da mobilidade da uretra ou dos esforços abdominais.

No caso, o esfíncter uretral (válvula muscular na uretra) não funciona adequadamente.
Exemplos: lesão da inversão da uretra: fraturas de bacia, trauma cirúrgico etc.

 

 

 

  • Incontinência urinária mista: Associação de dois tipos: esforço + urge-incontinência.

 

 

  • Incontinência neurogênica: Ocorre quando houver lesões do sistema nervoso que afetam o comportamento de bexiga e do esfíncter uretral. Podendo gerar hiperreflexia ou atônia comum em trauma raquimedular (fratura na coluna).

 

 

 

  • Incontinência paradoxal (transbordamento): A perda urinária acontece por superenchimento vesical (bexiga fica tão cheia que transborda). Pode ser causada pelo enfraquecimento do músculo da bexiga ou pela obstrução à saída da urina.

Exemplo: distúrbios neurológicos, doenças crônicas: diabetes, alcoolismo, etc.

 

  • Incontinência por fistulas: Comunicações do ureter, bexiga ou uretra com a vagina.

Decorrente da cirurgia pélvicas, radioterapia etc.

 

 


 

 

Diagnóstico

 

A) Historia médica:

  • Inicio do sintoma (perda urinária)
  • Frequência e características
  • Uso de medicamentos
  • Presença de constipação intestinal
  • Cirurgias e tratamento pélvicos

 

 

B) Exame físico direcionado

  • Ginecológico
  • Neurológico

 

 

C) Exame de urina

  • Afastar infecção

 

 

 

D) Ultrassom

  • Avaliação das estruturas pélvicas

 

 

 

E) Cistoscopia

  • Endoscopia da uretra e bexiga para a avaliação da integridade destas estruturas.

 

 

 

F) Exame urodinâmico (vide urodinâmica)

  • Avalia as funções da bexiga e uretra, capacidade de armazenamento, esvaziamento, força do esfíncter (válvula uretral) etc.

 

 


 

 

Tratamento

O tratamento da incontinência urinária depende do tipo de incontinência, da causa e da gravidade do quadro, por vezes pode ser necessária uma combinação de tratamentos.

A opção geralmente é por tratamentos menos invasivos inicialmente e caso necessário após os mais invasivos (cirúrgicos).

 

 

1- Tratamento conservador:

  • Treinamento da bexiga e micções programadas: (com objetivo de aumentar progressivamente os intervalos entre as miccções);

 

  • Dieta: com controle de fluidos (reduzir consumo de líquidos, evitar: cafeína, álcool, alimentos ácidos). Aumentar consumo de fibras, perder peso, estimular atividade física.

 

  • Reabilitação da musculatura do assoalho pélvico: exercícios para fortalecer os músculos que ajudam a controlar a micção (orientados por fisioterapeutas).

 

 

  • Estimulação elétrica: eletrodos são inseridos na vagina ou no reto ou na inervação do tornozelo para estimular e fortalecer os músculos do assoalho pélvico.

 

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2- Tratamento medicamentoso:

  • Estrogênio tópico: cremes a base de estrógeno → exemplo: promestrieno que podem ser utilizados na vagina.

 

  • Anticolinérgicos: que inibem as contrações na bexiga exemplo: Oxibutinina, Tolterodina, Solifenacina, Darifenacia.

 

  • Beta agonistas: aumentam a capacidade da bexiga exemplo: Mirabegron.

 

 

 

3- Tratamento minimamente invasivos:

  • Injeção periuretral (injeção de material sintético no tecido ao redor da uretra, que proporciona o fechamento da uretra)

 

  • Toxina Botulínica tipo A (Botox): inibe a contração da musculatura da bexiga (diminui a incontinência por urgência).

 

 

 

4-Estimuladores de nervos sacrais (Neuro estimulação-neuromodulação):

  • Inibem a contração dos músculos da bexiga (incontinência de urgência refrataria a outros tratamentos).

 

Estimulação de raízes sacrais que proporcionam controle das contrações da bexiga em casos especiais de incontinência urinaria de urgência e bexiga hiperativa refrataria a tratamento convencional.

 

 

 

 

5- Tratamento cirúrgico

  • A) Sling:

Faixas de tecido sintético ou do próprio corpo, que são colocados em torno da uretra e do colo da bexiga: com o objetivo de manter a uretra na posição ideal durante as manobras de esforço (tosse, espirros etc).

 


 

 

Os slings são os procedimentos cirúrgicos mais realizados na atualidade: esse tratamento minimamente invasivo nada mais é do que a introdução de uma fita de tecido sintético (polipropileno) ou tecido do próprio corpo do paciente, abaixo da uretra, por via vaginal, com o objetivo de aumentar a resistência uretral e reduzir a perda de urina.

Este procedimento rápido e seguro proporciona a cura da incontinência urinária em até 90% dos casos.

Existem vários tipos de slings:

  • Transobturativos
  • Retropúbicos
  • Minislings

 

 

 

 

  • B) Cirurgia de suspenção do colo da bexiga (cirurgia aberta convencional)

Existem várias técnicas de abordagem do colo-vesical e uretra por via abdominal.

 

 

 

C) Cirurgia de correção dos prolapsos genitais:

  • Convencional
  • Com telas

D) Esfíncter artificial:

  • Dispositivo sintético que substitui o esfíncter previamente lesado (utilizado em casos raros).

 

 

 

E) Paliativos:

  • Absorventes e fraldas.
  • Cateteres