Estenose JUP
20 de junho de 2018 by insiz840_wp
A estenose da junção ureteropiélica (JUP) é uma anomalia que se caracteriza pelo estreitamento do ureter em sua parte superior, próximo à pelve renal, que pode provocar a redução ou paralisação do fluxo urinário através do ureter.
Essa enfermidade era mais frequentemente diagnosticado na infância e na adolescência, após quadro clínico de dor abdominal ou lombar, hematúria (sangue na urina), infecção urinária, sintomas gastrointestinais ou mesmo presença de tumoração abdominal.
Com o advento da ultrassonografia, a obstrução da junção pieloureteral tem sido detectada no período antenatal e corresponde a 40% dos casos de hidronefrose (dilatação renal). É mais frequente no sexo masculino do que no feminino, na proporção de 2:1. Acomete com maior frequência o lado esquerdo (60%). Pode ter ocorrência bilateral em 10 a 40% dos casos.
Manifestações Clínicas (Sintomas)
Como mencionado o diagnóstico tem sido frequentemente no período pré-natal, com o descobrimento da hidronefrose nos exames rotineiros. Porém, podemos ter em crianças após um ano de idade alguns achados: falhas na taxa de crescimento, alterações alimentares, infecções do trato urinário (até sepse – infecção generalizada) dor lombar , sangramento na urina (hematúria) e cálculos renais.
Em crianças maiores podemos ter dores abdominais e lombares, náuseas e vomito.
Diagnóstico
A ultrassonografia tem importância fundamental, pois por meio desse exame radiológico, faz-se o diagnóstico de estenose de JUP, além de gerar importante marcadores, como o diâmetro ântero-posterior da pelve, a presença de caliectasia (dilatação dos cálices renais), afilamento da parênquima renal, dilatação do ureter.
No período pós-natal, esse exame pode ser realizado do terceiro a quinto dia após o nascimento ou até no primeiro mês de vida.
A urografia excretora auxiliar na definição anatômica, mas por tratar-se de exame que utiliza contraste iodada, radiação e ser mais invasivo tem sido substituído pela cintilografia renal (DTPA) e (DMSA) pois com estas podemos avaliar a função renal e fazer uma valiação do tempo necessário para o esvaziamento da pelve renal, confirmada se há ou não obstrução, informações necessárias para decisão terapêutica.
A tomografia computadorizada ou a ressonância magnética podem detalhar melhor a anatomia da estenose de JUP e ajudar em casos com válvulas ureterais, dobras ureterais ou mega ureter.
A uretrocistografia miccional deverá ser solicitada visto que associação com refluxo vésico-ureteral pode ocorrer em 14% dos casos.
História Natural
A história natural dos neo natos com hidronefrose assintomática tem mostrado que é uma condição de evolução benigna, com preservação da função renal e com resolução espontânea em 50% dos casos de hidronefrose antenatal. Isto pode ser devido as dobras no ureter que desaparecem com o crescimento da criança. Dados da literatura demonstram que apenas 22% dos
casos de hidronefrose necessitam de intervenção cirúrgica.
Critérios para indicação do tratamento clínico ou cirúrgico
A maioria das crianças com diagnóstico inicial de estenose de JUP deve ser acompanhada clinicamente.
O protocolo a ser seguido baseia-se nos dados do diâmetro ântero- posterior das pelve renal e do grau de dilatação, associado ao estudo do renograma (cintilografia renal).
Nos casos mais severos com hidronefrose grave (dilatação grave) e déficit de função renal estão indicados os procedimentos cirúrgicos.
Em crianças maiores com manifestações clínicas, como dor cólica, hematúria (sangramento na urina), sintomas gastro intestinais, infecção urinária e calculose renal podem ser candidatos a tratamento cirúrgico.
Tratamento Cirúrgico
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Mais comum: cirurgia aberta denominada pieloplastia desmembrada Anderson-Hynes.
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Minimamente invasivos:
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Pieloplastia laparoscópica
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Endopielotomia anterógrada e retrógrada (Acucise)
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